Primeira vez na Amazônia e o ignorante aqui achou que tava indo curtir um verão, nao sabia que por lá em janeiro começa o inverno, que é quando chove.
Umas chuvas doidas, aliás. Do nada acaba o mundo, de repente passou e ja ta tudo bem.
Os primeiros dias foram meio estranhos - sentia que o calor era tanto que nao dava pra pensar direito, mas aos poucos essa sensação foi passando.
Eu, Van, Nati e Dóli-dól embarcamos nesse barco aí da foto e logo a tripulação veio se apresentar.
Comandante Siqueira seria o responsável por nossa segurança. Cara de poucas palavras mas que nos passou muita firmeza - o que foi ótimo já que seria nossa primeira vez dormindo em barco por varios dias. A figura paterna da nossa família.
Núbia é sua esposa e fez de tudo para que ficassemos bem. "Menino, se precisar de qualquer coisa durante a noite é só me chamar que meu sono é leve". Puro amor de mãe.
Dona Terezinha, a mestre da cozinha. Ela deve ter achado a gnt muito magros pq por alguns dias a missão dela foi nos engordar. Teve de tudo: barriga de pirarucu, tambaqui assado, surubim, farofa de piracuí, pudim de tapioquinha, suco de taperebá, sorvete de cupuaçu, entre mil outras delicias que ja nao me lembro o nome. A nossa avó.
E tinha o Castanha, garoto envergonhado, novo e cheio de energia - o irmão mais novo que faz tudo sem reclamar. Fosse dia ou fosse noite, logo que sentia o vento que anuncia a chuva corria pra subir a lona q nos protegeria.
Fomos felizes nesses dias.
Dormiamos do lado de fora dos quartos, vendo as estrelas de nossas camas montadas no salão de cima e sentindo no corpo o vento fresco soprar a noite.
No Arapiuns, braço do Tapajós, conhecemos a comunidade dos Anaãs e suas culturas de abelhas sem ferrão. Bebemos do mel tirado direto da colméia e depois mascamos o que eles chamam de "chicletinho".
Conhecemos a Tucumarte, cooperativa de mulheres em Ucurureá, que tratabalha a palha de Tucumã e faz artesanato.
Conhecemos a comunidade de Atodi e, lá, o seu Nilson nos levou pra passear na floresta enquanto mostrava as mil plantas medicinais dali e nos ensinava a despistar o curupira. Conhecemos o macaco-cipó e vimos como sua seiva funciona como uma cola, e a Timbó, árvore cujos frutos funcionam de veneno para os peixes, tão forte que hoje em dia não usam mais - sabem que não seria sustentável.
Depois fomos conhecer a comunidade de Sao Marcos e o seu Zé Carlos nos guiou numa volta num Igapó. Vimos dezenas de arvores e plantas já submersas no rio que vai enchendo com as chuvas. Ele nos contou as lendas sobre o boto e depois nos levou até sua comunidade, onde aprendemos a fazer farinha de mandioca (que no dia seguinte comeriamos na farofa da dona Terezinha).
Também rolou uma tarde de boas, atracados em alguma praia qualquer, e passeamos de caiaque pelo rio enquanto as gaivotas Taiamás faziam seus rasantes a procura de algum peixe, e uma noite especial chamada de Piracaia - foi montado um cenário lindo com velas e uma mesa montada na areia para nos surpreender na volta de um passeio.
Daí voltamos para o Tapajós para conhecer a comunidade dos Jamaraquá. Lá o Sabá levou a gente para a Flona para vermos as Sumaumas centenárias, e fomos acompanhados pelos sons dos Inambus - pássaros de barriga amarela que gostam de barulho (durante a Pandemia chegaram a sumir, mas já voltaram) . Na trilha, vimos o Sabá raspar formigas Tachi em sua perna - funciona como repelente - e experimentamos uma formiga com gosto de capim limão.
Tambem fomos ao encontro das águas e vimos os botos saltitantes que circundam Santarém, onde passeamos pela orla.
Visitamos o Igarapé-açú, onde o pessoal vive em palafitas para quando o rio enche, e demos uma volta de barco pelas vitórias regias.
Ao pessoal da Tapajó Experiences, obrigado por nos colocar em contato com pessoas tão especiais e proporcionar experiências tão incríveis.
Férias com gosto de férias!
Voltaremos.
Do começo ao fim, uma experiencia única. Vini e sua tripulação fazem de tudo para que o passeio seja incrível. E foi. Almoço na comunidade estava divino. So não deu pra ver o por do sol, porque o tempo não colaborou, mas em compensação deu para ficar curtindo a musica do barco, e a paisagem maravilhosa do Tapajós.
Vini é super simpático, atencioso, e agilizado. Organizou o passeio pra nossa turma, que tinha mais de 30 pessoas e correu tudo super bem! Nosso barco tinha petiscos e bebidas super gostosas, nas paradas conseguimos curtir as praias e a comunidade com calma e fomos a lugares maravilhosos!! Super indico!